Você se sente culpado quando come muitos doces? Você sabe que não deve abusar mas o seu organismo não ajuda. O jornal El País explica todos os motivos científicos que fazem com que o seu corpo reaja assim.
A nível biológico, os seres humanos estão formatados para gostar mais de alimentos doces do que de amargos. Os nossos antepassados usavam o sentido do sabor para perceber que alimentos (como sementes, raízes e frutos) podiam comer. Os doces eram bons, por estarem maduros; os amargos seriam tóxicos ou em mau estado para serem comidos, indica John Prescott, psicólogo da universidade de Newcastle, no livro Taste Matters: Why we like the foods we do? (Porque gostamos das comidas que gostamos, em tradução livre).
Outros documentos suportam esta ideia: ao longo da infância, para favorecer o crescimento, comemos mais e também precisamos de comida doce. Por isso, em adultos, relacionamos o consumo elevado de hidratos naquela altura para repormos energias. "A resposta de prazer face a um sabor doce é universal. Foi observada em vários países e culturas", adianta ainda Adam Drewnowski, director do Centro de Obesidade da Universidade de Washington.
A dificuldade de recusar doces também é favorecida pelo nosso organismo: as nossas papilas gustativas têm uma quantidade muito variada de detectores de açúcar. Por isso, temos mais meios para reconhecer e desfrutar deste sabor do que dos outros, de acordo com um estudo do Centro Monell, em Filadélfia, EUA.
A nutricionista Katherine Sagastegui Vargas explicou ao El País como nos relacionamos com os doces ao longo da vida: "Mesmo que percamos papilas gustativas naturalmente ao longo dos anos, as que detectam o sabor doce e as que percebem o sabor salgado são as que se mantém ativas durante mais tempo. Para além disso, certos problemas próprios da idade, como a menor salivação, o uso de dentaduras postiças e o consumo frequente ou contínuo de medicamentos alteram a percepção de outros sabores mais fortes, fazendo com que a degustação do doce seja ainda mais agradável quando somos velhos do que noutras etapas da vida."
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